Câmara de Mauá aprova pagamento de auxílio-aluguel a mulheres vítimas de violência doméstica
A Câmara Municipal de Mauá aprovou em segunda votação e de
maneira unânime, nesta terça-feira (4), um projeto de lei que garante o
pagamento de um auxílio-aluguel a mulheres que tenham passado por situações de
violência doméstica. O texto é de autoria do Poder Executivo e já havia sido
aprovado, também por unanimidade, em primeira discussão na última semana.
O documento, assinado pelo prefeito Marcelo Oliveira (PT),
prevê que o benefício seja concedido a mulheres que se encontrem em situação de
extrema vulnerabilidade e que estejam sendo atendidas pelas medidas protetivas
previstas na Lei Maria da Penha, em vigor no país desde 2006.
A proposta não especifica o valor do auxílio que seria pago,
tampouco o prazo e as regras de concessão, mas explica que todos os parâmetros
serão definidos conforme critérios estabelecidos por um decreto, que deverá ser
expedido para regulamentação da nova legislação. Já as despesas com a aplicação
da lei serão de responsabilidade da Secretaria de Políticas Públicas para as
Mulheres.
Em sua argumentação, o Executivo pontuou que “a violência
contra a mulher é crescente e, em muitos casos, pode culminar em sua morte. A
violência é cometida, em sua grande maioria, por pessoas do convívio íntimo e
diário da mulher, cujas pessoas ela mantém estreitos laços afetivos e depende
economicamente”.
O documento cita ainda que o benefício auxiliará,
principalmente, as mulheres que se encontram em situação social mais
vulnerável, pois elas encontram “maior dificuldade de romper o ciclo da
violência porque, na maioria das vezes, ela depende economicamente do agressor,
não possuindo renda suficiente para arcar com os gastos de uma nova moradia,
por mais simples que seja”.
Além disso, a proposta vê a aprovação do benefício como um
primeiro passo para a prevenção de futuros atos de violência e para que a
mulher possa “se sentir capacitada e encorajada a acessar os demais serviços
transversais, como um apoio psicológico, acompanhamento social, qualificação
profissional e, por fim, o acesso ao trabalho e renda que lhe proporcionará a
legítima e necessária autonomia”.
Após sua aprovação no Legislativo, o projeto deve ser encaminhado novamente ao Poder Executivo para sanção do prefeito.
Polêmica
Apesar de ter sido aprovado por unanimidade na Casa de Leis
mauaense, o projeto de lei que visa implantar o pagamento de auxílio aluguel
para mulheres vítimas de violência doméstica gerou discussões no plenário.
Oposicionista ao atual governo, o vereador Sargento Simões (Avante) acusou o
Poder Executivo de ter copiado um projeto semelhante apresentado por ele em
novembro de 2021 e que acabou sendo vetado pelo Executivo.
Na propositura, de número 328/21, o parlamentar propôs a
criação do "Programa Auxílio Social para Mulheres em situação de violência
no Município de Mauá", que garantiria a concessão de um auxílio pecuniário
durante o período de seis meses para mulheres vítimas de violência.
De acordo com a proposta de Simões, a iniciativa poderia ser
prorrogada uma única vez por um período de seis meses, mediante parecer técnico
exarado pela Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres, e pagaria o valor
de R$ 1 mil às vítimas que tivessem registrado quaisquer situações de violência
doméstica e familiar em Registro de Ocorrência perante autoridade policial; que
tivessem renda de até três salários mínimos ou renda média per capita familiar
de valor igual ou inferior a R$ 700; ou que residisse com o agressor.
“Eu quero começar falando sobre o item 2, o qual eu votei a
favor no projeto do Governo. Na verdade, o projeto não é do governo, o projeto
é do Sargento Simões. Nós fizemos o projeto, aprovamos nessa Casa em primeira e
segunda votação, e o excelentíssimo senhor prefeito Marcelo Vaidoso Oliveira,
simplesmente rejeitou o projeto”, criticou o vereador em sua fala ao subir na
tribuna.
Simões ainda chegou a enviar uma emenda modificativa ao
projeto do Executivo, propondo o valor de um salário mínimo para o auxílio-aluguel.
O texto, entretanto, foi reprovado por 22 votos a um.
Pouco depois, o vereador Junior Getulio (PT) pontuou que a
proposta de emenda de Simões não poderia atrelar valores ao auxílio, conforme a
lei orgânica do município.
“Nós temos na lei orgânica municipal, no artigo 36, dizendo
que nós não podemos onerar algum projeto apresentado com uma emenda. No artigo
6º da Constituição também fala que não pode ser associado ao salário mínimo, e esse
projeto dessa emenda está associado ao salário mínimo. Então, além de
apresentar no momento errado (a emenda), ainda temos diversas coisas que entram
em conflito e não podemos aprovar”, disse.
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